O caos da vida
Cresci a ouvir inúmeros clichés. " A vida resolve-se sozinha", "O que é teu volta", " Um passo atrás para dar dois à frente" e mais um sem número de coisas que escutei e que perdem o sentido hoje.
Voltei à estaca zero. Não quero escrever um texto depressivo, só uma reflexão pessoal e que espero que possa ser útil em algum segundo da vossa vida.
Estou a atravessar uma fina corda em que qualquer balanço mais agressivo pode levar-me a cair para um poço sobre o qual desconheço o fundo. Faço a travessia só, com a carga às costas do que vivi, bom e mau. Aliás, minto, a música do Salvador e Luísa Sobral acompanham-me, como banda sonora de uma realidade que mais parece um sonho. E de uma corda que parece infinita.
Não tenham dó, fui eu que construi a corda, pois sabia que chegaria o dia em que as asneiras, os vícios, os maus hábitos me fariam atravessa-la para chegar ao fim e, aí sim, sentir a vitória. É um género de programa de recuperação. Podemos reverter a vida todos os dias em algo maior e é isso que eu estou a tentar fazer.
Enquanto a percorro vou revendo cenas, como uma película de um filme francês romântico e sensual. Sim, nestes quase 29 anos de existência a minha vida foi um verdadeiro romance, cheio de peripécias boas e "menos" boas. Mas todas elas lições, que nem sempre me fizeram crescer. Aliás, fui pouco inteligente, não aproveitei as experiências pelas quais passei para fazer de mim melhor. E por isso, mais uma vez, atravesso a este caminho com a miragem me espera, mas com algum receio de cair e não existir um género de trampolim que me faça saltar de volta à vida. Aproveitem-na, desfrutem de cada segundo (mais clichés). Porque muitos dos erros que cometemos são feitos com irreflexão e prejudicam-nos mais à frente. Os meus, desta vez, espero que me levem a um sitio maior e mais harmonioso.
Por isso percorro, hoje, amanha, depois, esta corta, para que a vida se concerte e seja finalmente repleta de amor.